Enfrentando os desafios da administração de condomínios - Parte 1
Segundo pesquisa realizada pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (SECOVI-SP), entre os meses de janeiro a agosto de 2018 foram vendidas 16.124 unidades habitacionais somente na Região Metropolitana de São Paulo, um crescimento de quase 50% em relação ao mesmo período em 2017.[1]
Outra pesquisa, em pareceria com a Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (AELO), revela que nas 55 cidades com mais loteamentos aprovados pelo Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo (GRAPROHAB), foram lançados só no primeiro trimestre de 2018 3,8 mil lotes residenciais, divididos por 10 loteamentos.[2]
A vida coletiva e compartilhada é uma realidade. O crescimento do mercado imobiliário seguindo a tendência e atendendo a procura das pessoas por moradias coletivas só reflete uma característica humana essencial, nós somos seres sociais por natureza.
A grande densidade populacional das cidades modernas obriga um novo arranjo ocupacional. Num terreno onde antes habitariam apenas algumas famílias, hoje são construídas verdadeiras cidades verticais, suportando centenas de unidades habitacionais autônomas. A propriedade do imóvel é dividida em tantos núcleos familiares que a diversidade se impõe de maneira automática. Essa diversidade não é só de comportamento, mas também de pensamentos, gestos e ações.
Administrar um grupo tão vasto e significante não é tarefa fácil. A mesma sociedade que cria o problema se organiza para solucioná-lo. Para gerir esse amontoado de pessoas e interesses a lei elege a figura do síndico para os condomínios verticais, e da associação de moradores, representada por seu presidente, para os loteamentos.
O perfil predominante dessas figuras centrais na administração dos coletivos geralmente é de pessoas não ligadas a esse ramo da economia e que, por vocação ou afeto, se prestam a este trabalho com o intuito único de ajudar a organizar o convívio no local em que está sua casa. Por muitas vezes veremos bancários, professores, médicos, engenheiros, autônomos etc. encarando o segundo turno de trabalho do dia como síndicos ou diretores de associações de moradores.
Para o futuro, até a conclusão deste texto, em dados totais divulgados pelo GRAPROHAB, no Estado de São Paulo temos um total de 51.899 lotes já aprovados, divididos em 202 loteamentos.[3]
Quer isso dizer que nesses novos loteamentos serão formadas também novas associações de moradores, e estas, encabeçadas por aquelas pessoas responsáveis pela gestão e que, ao se depararem com o dia-a-dia da gestão de condomínios e loteamentos perceberão as muitas dificuldades que deverão enfrentar. Quantas destas estarão sozinhas ou mal assessoradas?
[2] http://www.secovi.com.br/downloads/pesquisas-e-indices/graprohab/relatorio-mercado-de-loteamentos-1-trimestre.pdf
Por Giulia Prestes de Barros Orlandelli
Diretora Financeira Live
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